Atendendo a solicitação do
Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, o ministro Teori Zavascki,
relator dos processos resultantes da Lava Jato no Supremo Tribunal
Federal, fatiou o inquérito que apura a formação de quadrilha no esquema
do petrolão – chamado pelos investigadores de “quadrilhão”. Com a
decisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passa a ser alvo de
investigação, bem como diversos políticos do PT e do PMDB e o
ex-ministro Jaques Wagner. O inquérito tinha 39 investigados e passa
agora a ter 66. Segundo o Ministério Público Federal, as investigações
da Operação Lava Jato reuniram informações sobre 31 pessoas e que
escancaram a “atuação da organização criminosa de forma verticalizada”,
com dois flancos principais de articulação tanto dentro do PT quanto do
PMDB. As evidências foram colhidas, entre outros, na compartilhamento de
provas sobre investigações já em tramitação contra o presidente da
Câmara Eduardo Cunha, nos grampos em que o ex-presidente aparece em
conversas pouco republicanas com a presidente Dilma Rousseff, por
exemplo, e em delações premiadas como as do senador Delcídio do Amaral e
do ex-presidente da construtora Andrade Gutierrez Otávio Marques de
Azevedo. Os diálogos interceptados com autorização judicial não deixam
dúvidas de que, embora afastado formalmente do governo, o ex-presidente
Lula mantém o controle das decisões mais relevantes, inclusive no que
concerne as articulações espúrias para influenciar o andamento da
Operação Lava Jato”, afirma o MP.
Na cúpula petista, além do ex-presidente
Lula, Janot afirma haver provas do envolvimento dos ministros Edinho
Silva (Comunicação Social), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), do
ex-chefe da Casa Civil e atual chefe de gabinete de Dilma Jaques
Wagner. Na nova lista de Janot também estão o ex-ministro Antonio
Palocci, a ex-ministra Erenice Guerra, o ex-líder do governo no Senado
Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), o ex-chefe de gabinete de Dilma, Giles
Azevedo, o pecuarista e amigo de Lula, José Carlos Bumlai, o atual
presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e o ex-presidente da
Petrobras José Sergio Gabrielli. “No âmbito dos membros do PT, os novos
elementos probatórios indicam uma atuação da organização criminosa de
forma verticalizada, com um alcance bem mais amplo do que se imagina no
início e com uma enorme concentração de poder nos chefes da organização:
Edinho Silva, Ricardo Berzoini, Jacques Wagner, Delcídio do Amaral”,
disse o procurador-geral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário